sábado, 29 de maio de 2010

Jum Nakao e o Pensamento Platônico em ''Costura do Inivisível''

Através do desfile ‘’Costura do Invisível’’ de Jum Nakao, notamos que por serem peças conceituais elas não precisam atender necessariamente a sua determinada função que seria vestir um corpo proporcionando-lhe conforto e beleza. Sendo assim, analisando as peças do ponto de vista platônico, podemos encaixá-las na categoria do belo, uma vez que são boas, pois atendem a função pela qual foram criadas- em um desfile, peças conceituais explicitam formas principais de silhueta e informações que serão repassadas para uma coleção comercial; são verdadeiras já que realmente são peças conceituais originais e criadas para aquele determinado desfile, que carregam em si todo o conceito e toda a idéia que o designer pretende transmitir; e são consideradas belas pela sua estética e universalmente. Atendendo esses três requisitos platônicos consideramos as roupas do desfile como belas.


Partindo para outra análise, vamos agora observar o aspecto do cenário. Este pode ser analisado pelo ponto de vista platônico uma vez que é objetivo pelo simples fato de existir, com características físicas como cores, volume, peso, aspecto, é racional já que foi criado para reforçar a idéia veiculada pelo artista e é universal porque todos entendem e percebem ‘‘cenário’’ como algo feito para ambientar e ratificar uma cena que está ocorrendo ou algo que está sendo apresentado. Em contra partida não podemos considerar esse elemento Belo, pois ele é apenas uma cópia de algo real. A partir do tema proposto pelo desfile (permanência do efêmero), podemos observar que a passarela fica adornada com formas de papel que se assemelham com recifes de coral. Objetivamente os corais são depósitos calcários de seres que já morrem. Analisando simbolicamente, essa efemeridade da vida continua já que os esqueletos dos seres permanecem e se agregam dando origem aos recifes. Há uma permanência de algo que já existiu. Sendo assim, apesar do aspecto simbólico não podemos considerar o cenário como algo belo porque ele é apenas uma imitação do que seria um recife de corais verdadeiro. Outro ponto importante a ser considerado é a iluminação do ambiente. Em vários momentos do desfile a luz tem baixa intensidade e variação de tonalidade, sendo a assim a luz não pode ser considerada boa, pois ela engana os sentidos, não cumpre seu papel de refletir os espectros absorvidos pelo elemento realmente. A luz branca durante a principal parte do desfile também não pode ser considerada bela, pois é apenas uma imitação do que seria a luz natural.



Tomando como elemento a produção das modelos podemos compará-las com os bonecos ‘‘Playmobil’’, observando claramente a cópia/ reprodução das faces pela maquiagem dos olhos, boca, pele e o ‘‘cabelo’’. Sendo assim, não pode ser considerado belo pois não é verdadeiro.


Analisando a parte musical do desfile, podemos afirmar a beleza da música. Ela foi criada a partir de diversos ritmos já existentes, mas sofreu transformações bastante significativas em que o produto final modificou-se completamente, sendo assim ela não é considerada uma cópia e sim verdadeira. Ela atinge ao que lhe é requisitado, ou seja serve como ambiência musical, acompanhando os movimentos e performances durante o desfile, portanto ela é boa. Atendendo dois dos três princípios básicos podemos considerá-la bela.


Quanto a performance final, esta não pode ser analisada, apesar de ser objetiva (ação mecânica do homem pelo ato de rasgar algo) e racional (se encarada como algo que foi feito para ratificar a mensagem do desfile), não é universal pois isso não ocorre na maior parte dos eventos de moda.

Por:

Caroline Barra

Isabela Cursino

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Análise Estética: Scarpin



Ponto de vista platônico:

Segundo platão, a beleza ideal não existe em nosso mundo, somente no mundo das idéias, portanto, desde já, deve-se dizer que tudo o que consideramos belo, no mundo em que vivemos, é apenas uma imagem, um modelo do que seria realmente perfeito.
Assim sendo, seguimos esta análise afirmando que o scarpin, do ponto de vista platônico, é um objeto belo.
Por ser um clássico e, por isso, ser um objeto de uso/aceitação universal, já alcança uma perfeição máxima e além disso, compreende três requisitos básicos para alcançar tal beleza:


1.Belo: possui uma boa aparência, que agrada universalmente.
2.Bom: o verdadeiro scarpin é confortável, não machuca os pés, portanto é bom, não faz mal a ninguém.
3.Verdadeiro: atinge ao objetivo principal de sua criação, que é proporcionar proteção e conforto aos pés femininos, além de elegância à mulher que o esteja usando.


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Ponto de vista Aristotélico:

Para Aristóteles o Belo se encontra naquilo que possui imponência e grandeza. É importante, porém, observar a proporção e a medida nesta grandeza.
Ao contrário de Platão, Aristóteles acredita que a natureza também pode ser caracterizada como bela. E ele acredita que podemos encontrar o belo naquilo que temos a possibilidade de experimentar de uma forma sensorial.


Assim o scarpin é belo para Aristóteles, pois nele encontramos uma certa imponência e grandeza ( por existir o clássico e por ocorrerem mudanças com o mesmo ao longo do tempo) e também proporção e medida nessa grandeza. Além disso o scarpin pode ser experimentado de forma sensorial pelas mulheres que a partir daí o caracterizam como belo e isso só seria possível de ser concretizado porque as mesmas já experimentaram, em algum momento o que é um scarpin.