Capítulo I:
Natureza e objeto da estética
1- A Estética como Filosofia do Belo ou da Arte
A estética nas épocas clássicas era definida como a “Filosofia do belo”, e o belo era uma propriedade do objeto, uma propriedade que no objeto e como modo do ser era captado e estudado. Por sua vez no belo, era cogitado tanto do belo da Arte quanto do belo da Natureza. O belo da Arte começa a ser considerado superior ao belo da Natureza a partir do idealismo germânico.
2- A Estética como Ciência do Estético
Por influência de Kant, alguns pensadores começaram a subdividir o campo estético: o Belo já não ocupava isolado todo esse campo, era apenas uma de suas categorias, a outra segundo Kant era o Sublime. Quando definir e sistematizar a fragmentação do campo estético começou a ser tratada, surgiu a pergunta: “Seria válido definir a Estética como a Filosofia do Belo, se o campo estético inclui categorias?
Segundo esses os pós-kantianos por outro lado, a Estética deve ser uma ciência e não uma filosofia.
3- O Belo e o Estético
O nome Estético passou a caracterizar o campo geral da Estética, que incluía todas as categorias que os pensadores e artistas tivessem demonstrado interesse. E o nome Belo para aquele tipo especial caracterizado pela harmonia, senso de media e fruição serena e tranquila, o Belo assim chamado clássico.
4- Inconveniência Tautológica do Estético
Kainz em seu texto “Estética” inclina-se a adotar o critério pós-kantiano, mas chega à evidência de que definir a Estética como “ciência do Estético” por ser tautológica é não dizer nada e acaba voltando ao velho critério tradicional.
5- A Estética como filosofia da Beleza
Aqui levam-se em conta a força dos critérios tradicionais e a advertência de Kainz, mas também temos que definir a Estética pelo Belo, considerar todas as observações da Estética pós-kantiana e a respeito da importância da Filosofia da Arte na Estética, temos as palavras de Bergson, citando que e enquanto na Natureza, a Beleza é encontrada por acaso, na Arte ela é deliberadamente procurada e realizada.
A Estética pode ser definida assim como a Filosofia da Beleza, sendo a Beleza algo que como o estético dos pós-kantianos, inclui amargor e aspereza.
6- O campo da Estética
A estética como decorrência de sua natureza é então uma espécie de reformulação da Filosofia inteira em relação à Beleza e à Arte. Por isso temos que verificar a questão do método a ser nela seguido, como uma introdução crítica ao estudo do campo da Estética.
Capítulo II:
As opções iniciais da Estética
1- A Opção ante o Irracionalismo
Temos de empreender na Estética uma verdadeira visão do mundo em relação à Beleza. E em vista da complexidade do campo estético, não admira que o grande problema com que nos defrontamos ao enfrentá-lo, à primeira grande opção ante a qual temos de nos decidir, seja aquela criada pela tentação irracionalista.
Os que se inclinam pelo irracionalismo no campo estético, são, principalmente, os artistas e os pensadores irracionalistas. O irracionalismo estético é somente um dos aspectos do irracionalismo adotado para a visão filosófica geral.
Quanto ao irracionalismo estético dos filósofos, é preciso que se diga, de início que o verdadeiro racionalismo não disseca friamente nada, nem comprime a vida e o mundo em fórmulas mesquinhas. Num caso e noutro, porém, é à inteligência e a uma Estética que artistas e filósofos têm de pedir socorro para combater as duas (Inteligência e Estética)
A mesma coisa sucede com os que recusam a Estética: clara ou confusa, racionalista ou anti-racionalismo, todo artista tem sua estética particular. É formulando uma determinada estética que os pensadores irracionalistas a combatem.
2- Estética Objetiva e Estética Subjetiva
A outra grande opção que temos a fazer na Estética é entre o objetivismo e o subjetivismo. Não ocorria para Platão e para Aristóteles que a Beleza não é uma propriedade do objeto, algo que se encontra no objeto, e sim uma construção do espírito do contemplador colocado diante do objeto.
De acordo com Kant em “Critica del Juicio”, além da inteligência, segundo cujas leis se pensa e da vontade, existe um juízo de gosto, no qual domina a sensação de prazer ou desprazer, através da qual se discerne se uma coisa é bela ou não. Assim a Beleza não é uma propriedade do objeto, mas uma certa construção que se realiza dentro do espírito do contemplador, uma certa harmonização de sua faculdades. A beleza de um objeto não decorre, então, de qualidades do objeto: é obra pura e exclusiva do espírito do sujeito, que a fabrica interiormente, diante do objeto estético.
A imensa contribuição de Kant na Estética, foi chamar a atenção para o fato de que a fruição da Beleza não é puramente intelectual, nem puramente sensível. O criticiso kantiano iria influenciar, porém, de maneira talvez desastrosa para o pensamento, toda a Estética contemporânea.
Depois de Kant, o panorama da Estética, com algumas raras exceções, é este: os estetas, ou afirmam decididamente que a Beleza é algo que se constrói no espírito do sujeito, ou então optam por uma solução de meio-termo, de compromisso objetivista-subjetivista.
Todos os estetas que se ligam à corrente pós-kantiana preferem atacar o objetivismo através da corrente platônica, mesmo este pensamento sendo contestável.
Para nós, a Beleza é uma luz do ser, do objeto. No caso da Arte, é a imaginação, o subconsciente. Se a Beleza é uma propriedade do objetivo, é nos objetos que formam o vastíssimo campo estético que deve ser estudada e pressentida a essência da Beleza.
3- Estética Filosófica ou Estética Científica
Nesta opção, há a opção de seguir pelo caminho lógico-filosófico ou pelo caminho científico-experimental.
A corrente pós-kantiana tentou fazer da estética uma "ciência do estético", querendo restringi-la aos limites de uma explicação. Pretendiam ser guiados, exclusivamente, pelo método experimental. Baseados na idéia kantiana de que a Beleza não é uma propriedade do jeito, mas sim uma construção do espírito do sujeito. Um fato estético fundamental, sendo a experiência pessoal de cada um.
Os psicólogos eram defensores dessa idéia, afirmando que os princípios axiológicos seriam fornecidos pela Psicologia. Os sociólogos alegaram que o mais importante era a experiência coletiva. As divisões e oposições foram tantas, que os estetas contemporâneos estão procurando um denominador comum.
Estão voltando a reconhecer a necessidade de religar a Estética à Filosofia. Apesar de os realitas e objetivistas negarem-se sempre a abandoná-la e a Estética lógica ser vista como um meio-termo, ligação entre a Estética filosófica e a científica. Esta reconhece a necessidade de se conhecer pelas essências e a partir do objeto estético.
No extremo oposto, estão aqueles que acreditam que a Estética é uma disciplina filosófica, que procura captar as essências a partir do objeto estético. Sustentam que a Estética só tem um caminho para se sobrepor à confusão, que seria religar a Estética à Filosofia, fazendo dela uma Filosofia da Beleza.
4- Estética Filosófica e Métodos da Estética
Moritz Geiger acentua que o pior inimigo da Estética é o irracionalismo.
As Estéticas filosófica e científica entendem-se num ponto: a Estética é útil e não constitui nenhuma ofensa à Arte e à Beleza, apenas diferem à escolha dos meios a empregar em seu estudo.
5- As Essências; a Estética e a Arte
A Estética procede sua investigação no objeto estético e interessa-se pelas essências.
A Estética não se confunde com a Crítica de Arte. A Estética não pode nem poderia legislar sobre a Arte, porque é somente uma atividade reflexiva efetuada sobre o geral da Beleza e da Arte, e não sobre o particular e concreto. (Já se fosse que não compete à Estética julgar os romances de Zol; compete-lhe definir o que é um romance, em geral.)
Jacques Maritain, por um lado acentuando a independência da Arte, distingue o campo estético do campo artístico. Por outro lado, Henri Gouhier salienta a importância das obras de Arte.
A grande contribuição de Aristóteles para a Estética foi a de retirar a Beleza da esfera ideal em que Platão colocou. Isso faz da Beleza uma propriedade do objeto.
É sabido que os pensadores antigos excluíam o Feio de suas cogitações sobre a Beleza e a Arte, sendo admirável que Aristóteles tenha se referido à comédia, Arte do feio, como fazendo parte do estético. O Feio, encarado por Aristóteles, é uma desarmonia.
3- Aspecto Subjetivo da Beleza
Aristóteles encara o mesmo problema sob um ângulo talvez mais do agrado da Estética pós-kantiana. Não é mais no objeto que ele estuda, mas sim nas repercussões que ela desencadeia, chegando a conclusão que a Beleza é o objeto que agrada o sujeito.
O verdadeiro pensamento objetivista e realista nem descura os aspectos psicológicos da Beleza, nem a colaboração do contemplador nem rejeita o surgimento das intuições.
Na "Retórica", Aristóteles examina a fruição da obra de arte e as características da Beleza do ponto de vista do sujeito.
Os herdeiros de Platão acham que isso implica numa concepção estreita da vida e da Beleza. Mas não se deve penar que o verdadeiro realismo esqueça a natureza transcendental da Beleza e o caráter inesgotável e profundo do real.
Bosanquet apresenta como uma espécie de defeito o fato de que Aristóteles procurou encarar a Beleza em todas as suas relações ao mesmo tempo, embora reconheça que ele traçou muito bem as fronteiras da Beleza, pois os platônicos apenas se fixam no que a beleza tem de transcendental.
4- Pontos Fundamentais do Pensamento Aristotélico
Para Aristóteles, a Beleza é uma propriedade do objeto e consiste na harmonia das partes de um todo. As três características principais da Beleza são, portanto, a harmonia, a grandeza e a proporção. A fórmula que traça as fronteiras da Beleza é "a unidade na variedade". Sob o ponto de vista da contemplação do sujeito, a Beleza é aquele bem que é prazível porque é bem. A Arte não é uma forma de conhecimento, a Arte é um depoimento do mundo, contido numa realidade transfigurada. O pensamento platônico e o aristotélico são processos diferentes do acercamento da realidade íntima das coisas.
Por:
Cristiane Santana
Patrícia Contreiras
2° Resumo
Cap.1
A estética era tradicionalmente definida como filosofia do belo que na filosofia tradicional era dividido em belo da natureza e belo da arte, tendo o da natureza prioridade. A partir do idealismo germânico o da arte passa ser superior pelo motivo da arte nascer duas vezes do espírito.
Com o tempo a definição de estética fora questionada, determinando que o belo seria uma categoria do estético e a estética seria uma ciência do estético. A estética abrigaria diversas categorias como o feio e o horrível, e o belo ficaria como senso de medida, desfrutação serena. A estética seria portanto a exposição de nossas reações diante da arte.
O texto define por fim a estética como filosofia da beleza (tendo o mesmo significado da ciência do estético), sendo a filosofia da arte o núcleo da estética pois diferente da beleza da natureza, na arte, a beleza é procurada e realizada.
Cap. 2 ( paginas 25 à 37)
A estética age em defesa da arte e não ferindo sua liberdade criadora, não poderia legislar sobre a arte pois é uma atividade reflexiva, ela não julga, define. Ela existe particularmente em cada artista seja ela clara ou confusa, racionalista ou anti-racionalista.
Para Platão a beleza depende da maior ou menor comunicação existente entre o objeto com uma beleza absoluta, única. Já para Aristóteles a beleza dependeria da ordem ou harmonia do conjunto do objeto.
Discute-se se a estética deve ser objetiva ou subjetiva. Sendo objetiva, a beleza vem das qualidades próprias do objeto e nada teria haver com o observador. Segundo Kant, a beleza não vem de tais qualidades mas da construção interna, auxiliada pelo conhecimento e imaginação, do contemplador. O que ocasionou a muitos estetas, considerar a experiência pessoal um fato estético fundamental.
Paginas 52 à 55
As contribuições de Aristóteles para a estética foram retirar a beleza da esfera ideal em que a colocara Platão( a arte teria de se aproximar de um modelo ideal no campo das idéias) tentando encontrar sua essência nas próprias propriedades das coisas e considerar o “feio”(ou “desarmonia”, que era como ele o encarava) integrante do campo estético. Aristóteles chega também a falar que o prazer estético provém da apreensão gratuita do objeto pelo espírito do sujeito, aproximando assim da estética pós-kantiana e definindo a beleza de um ponto de vista realista recorrendo somente ao objeto para explica-la.
Portanto, para Aristóteles, a beleza é uma propriedade do objeto e consiste na harmonia de suas partes. A beleza, enfim, teria três características principais: harmonia, grandeza e proporção.
A estética era tradicionalmente definida como filosofia do belo que na filosofia tradicional era dividido em belo da natureza e belo da arte, tendo o da natureza prioridade. A partir do idealismo germânico o da arte passa ser superior pelo motivo da arte nascer duas vezes do espírito.
Com o tempo a definição de estética fora questionada, determinando que o belo seria uma categoria do estético e a estética seria uma ciência do estético. A estética abrigaria diversas categorias como o feio e o horrível, e o belo ficaria como senso de medida, desfrutação serena. A estética seria portanto a exposição de nossas reações diante da arte.
O texto define por fim a estética como filosofia da beleza (tendo o mesmo significado da ciência do estético), sendo a filosofia da arte o núcleo da estética pois diferente da beleza da natureza, na arte, a beleza é procurada e realizada.
Cap. 2 ( paginas 25 à 37)
A estética age em defesa da arte e não ferindo sua liberdade criadora, não poderia legislar sobre a arte pois é uma atividade reflexiva, ela não julga, define. Ela existe particularmente em cada artista seja ela clara ou confusa, racionalista ou anti-racionalista.
Para Platão a beleza depende da maior ou menor comunicação existente entre o objeto com uma beleza absoluta, única. Já para Aristóteles a beleza dependeria da ordem ou harmonia do conjunto do objeto.
Discute-se se a estética deve ser objetiva ou subjetiva. Sendo objetiva, a beleza vem das qualidades próprias do objeto e nada teria haver com o observador. Segundo Kant, a beleza não vem de tais qualidades mas da construção interna, auxiliada pelo conhecimento e imaginação, do contemplador. O que ocasionou a muitos estetas, considerar a experiência pessoal um fato estético fundamental.
Paginas 52 à 55
As contribuições de Aristóteles para a estética foram retirar a beleza da esfera ideal em que a colocara Platão( a arte teria de se aproximar de um modelo ideal no campo das idéias) tentando encontrar sua essência nas próprias propriedades das coisas e considerar o “feio”(ou “desarmonia”, que era como ele o encarava) integrante do campo estético. Aristóteles chega também a falar que o prazer estético provém da apreensão gratuita do objeto pelo espírito do sujeito, aproximando assim da estética pós-kantiana e definindo a beleza de um ponto de vista realista recorrendo somente ao objeto para explica-la.
Portanto, para Aristóteles, a beleza é uma propriedade do objeto e consiste na harmonia de suas partes. A beleza, enfim, teria três características principais: harmonia, grandeza e proporção.
Por:
Caroline Barra
Renata Gouvêa

Este texto foi bem elaborado e didático, trouxe uma luz para mim que sou estudante de teatro. As autoras de fato estão de parabéns.
ResponderExcluirJosué Rodrigues Pereira, Recife-PE.( UFPE).